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- ANTECENDENTES DA CONQUISTA DA PARAÍBA
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Demorou certo tempo para que Portugal começasse
a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os
interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias.
Destaque também para o ouro,
encontrado nas colônias
espanholas.
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Devido a esse desinteresse, os franceses
começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito
encontrada no Brasil-colônia, usada para tingir tecidos na Europa.
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Os invasores eram em sua maioria franceses,
e logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios,
possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como "escambo",
na qual o trabalho indígena era trocado por algum produto de valor muito baixo
ou até sem valor comercial.
ESCAMBO: Escambo, permuta, troca direta ou, simplesmente, troca é a transação ou contrato em que cada
uma das partes entrega um bem ou presta um serviço para receber da outra parte
um bem ou serviço em retorno em forma de Crédito,
sem que um dos bens seja moeda. Isto é, sem envolver dinheiro ou
qualquer aplicação monetária aceita ou em circulação. Por exemplo, um
agricultor com um marceneiro pratica escambo trocando dois cestos de frutas por
uma cadeira, ou pela instalação de uma cerca em seu terreno.[1]
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Sentindo a perca de espaço para os franceses e
também motivações comerciais, Portugal resolve dividir a colônia portuguesa em
quinze capitanias,
para doze donatários.
Entre elas destacam-se a capitania
de Itamaracá, que se estendia do rio Santa Cruz até
a Baía da
Traição. Inicialmente essa capitania foi doada a Pero Lopes
de Sousa, que não pôde assumi-la, vindo em seu lugar o administrador
Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a
capitania em falência,
dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania
como a fundação da Vila
da Conceição e a construção de engenhos.
As capitanias foram uma forma de administração
territorial do império
português uma
vez que a Coroa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e
exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de
terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas
atlânticas. No Brasil este
sistema ficou conhecido como capitanias hereditárias, tendo
vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial,
do início do século XVI até
ao século XVIII,
quando o sistema de hereditariedade foi extinto pelo Marquês
de Pombal, em 1759 (a
hereditariedade foi abolida, mas a denominação capitania não).
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Em 1574 aconteceu um
incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", no qual
índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém em Pernambuco,
próximo a Goiana.
Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de um índia,
filha do cacique potiguar,
no Engenho Tracunhaém. Os franceses que se encontravam na Paraíba estimularam
os potiguaras à luta.
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Pouco tempo depois, todos os chefes potiguaras se
reuniram, movimentaram guerreiros da Paraíba e do Rio Grande
do Norte e atacaram o engenho de Diogo Dias. Foram
centenas de índios que, ardilosamente, se acercaram do engenho e realizaram um
verdadeira chacina
seguindo-se o incêndio do
engenho.
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Após esta tragédia, D. João
III, rei de Portugal, desmembrou Itamaracá,
dando formação à capitania
do Rio Paraíba.
2 - A CONQUISTA E FUNDAÇÃO DA
PARAÍBA
Expedições para a conquista
Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios
responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco expedições
para a conquista da Paraíba. Para
isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geralD.
Fernão da Silva.
I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o
ouvidor-geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em
nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua
tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.
II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi
o governador-geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos
desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois
outro governador-geral Lourenço Veiga, tenta conquistar a o Rio Paraíba,
não obtendo êxito.
III Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de
fato" dos franceses, foi concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso
Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de Olinda. Essa idéia só lhe trouxe
prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma
forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele
perdeu sua esposa .
IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele
na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba,
mas cai na armadilha dos índios e do franceses. Barbosa desiste após perder um
filho em combate.
V Expedição (1584): Após a sua chegada à Paraíba, Frutuoso
Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses, solicitando mais tropas
de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região.
Nesse mesmo ano, da Bahia vieram reforços através de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés, e de Pernambuco tropas sob o comando
de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e
conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe.
3 - CONQUISTA DA PARAÍBA
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Para
as jornadas, o ouvidor-geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por
brancos, índios, escravos e até religiosos.
Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são
aprisionados. Ao saber que eram índios tabajaras,
Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra os potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o
incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que a rejeitaram.
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Depois
de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente chegaram ao Forte de São Filipe, ambos em decadência e miséria devido
as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Martim Leitão
nomeou o espanhol conhecido como Francisco de Castrejón para o cargo de Frutuoso Barbosa. A
troca só fez piorar a situação. Ao saber que Castrejón havia abandonado,
destruído o Forte e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou de
volta à Espanha.
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Quando
ninguém esperava, os portugueses unem-se aos Tabajaras,
fazendo com que os potiguaras recuassem. Isto se deu no início de agosto de 1585. A conquista da Paraíba se deu no
final de tudo através da união de um português e um chefe indígena chamado Pirajibe,
palavra que significa "braço de peixe".
4 - FUNDAÇÃO DA PARAÍBA
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos franceses que permaneciam na Paraíba. Leitão
nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Na Paraíba teve-se a terceira cidade a ser
fundada no Brasil e a última do século XVI.
5 - PRIMEIROS CAPITÃES-MORES
DEFINIÇÃO: Capitão-mor era a designação
para cada um dos oficiais militares, responsáveis pelo comando das tropas de Ordenança em cada cidade, vila ou concelho de Portugal, entre os séculos XVI e XIX. A designação foi também aplicada a outras funções militares e
administrativas na Marinha e no Ultramar
Português.
João Tavares
João Tavares foi o primeiro
capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado pelo ouvidor-geral,
Martim Leitão, de construir uma nova cidade. Para edificação dessa cidade, vieram
25 cavaleiros,
além de pedreiros e carpinteiros,
entre outros trabalhadores do gênero. Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir na
cidade.
Frutuoso Barbosa
Devido à grande insistência perante a
corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em 1588, nomeado o novo capitão-mor da capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, ao
qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania.
Com o objetivo de evitar a entrada dos
franceses, Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em Cabedelo. Em homenagem a Felipe II,
da Espanha,
Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de
Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa.
André de Albuquerque Maranhão
André de Albuquerque governou apenas
por um ano. Nele, expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações.
Entre elas, a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos próximos a este rio. Ainda nesse governo os Potiguaras
incendiaram o Forte de Cabedelo. O
governo de Albuquerque se finalizou em 1592.
Feliciano Coelho de Carvalho
Em seu governo houve paz com os
índios, expandiu estradas e expulsou os franciscanos. Terminou seu governo em 1600.
AS ORDENS RELIGIOSAS DA CAPITANIA DA PARAÍBA E SEUS
MOSTEIROS
Os Jesuítas
Os jesuítas foram os primeiros
missionários que chegaram à capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização. Ao mando de Frutuoso Barbosa, os
jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém, devido a
desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos
como os jesuítas, a idéia foi interrompida. Aproveitando esses desentendimentos,
o rei que andava descontente com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem
a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os
fransciscanos e expulsou-os da capitania.
Cento e quinze anos depois, os
jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde ensinavam latim, filosofia
e letras. Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa
Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim Palácio do
Governo.
Em 1728, os jesuítas foram novamente
expulsos. Em 1773, o Ouvidor-Geral passou a residir no
seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa
Clemente XIV.
Os Franciscanos
Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram
os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os índios.
O Frei Antônio do Campo Maior chegou
com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se
concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante. No governo de
Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim
como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certo
desentendimentos entre os franciscanos, Feliciano e o governador-geral,
Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.
A igreja e o convento dos franciscanos
foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça
São Francisco.
Os Beneditinos
O superior geral dos beneditinos tinha
interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba. O governador da
capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação.
Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos. A
condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2
anos. O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano
manteve a doação do sítio.
A igreja de São
Bento se encontrava na Rua Nova, atual Avenida General Osório, onde ainda há
um cata-vento em lâmina, construído em 1753.
Os Missionários Carmelitas Os carmelitas vieram à Paraíba a
pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada
que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas
demorou oito anos.
Os carmelitas chegaram à Paraíba
quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas chegaram, fundaram um
convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas na
Paraíba mantém-se incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram
perdidos nas invasões holandesas.
Frei Manuel de Santa Teresa restaurou
o convento depois da Revolução Francesa, mas logo depois este foi demolido
para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda
Henriques. Os carmelitas fundaram a Igreja do Carmo.
A POPULAÇÃO INDÍGENA
Na Paraíba grupos étnicos indígenas dividiam-se
em dois no momento da chegada dos europeus: os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias). Os Tupis
se dividiam emTabajaras e Potiguaras, que eram inimigos entre si.
Na época da fundação da Paraíba, os
Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco mil pessoas. Eles eram
pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeiasde Alhanda e Taquara. Já os Potiguaras
eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena região entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Esses índios
locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras. Com
esta constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas.
Os índios Cariris se encontravam em
maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os Cariris eram índios que se diziam
ter vindo de um "grande lago". Estudiosos[quem?] acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela.
Os Cariris velhos, que teriam sido
civilizados antes dos Cariris novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru,
icós, ariús, pegas, e
paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes.
O nível de aculturação do índio
paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios tratavam bem os
jesuítas e os missionários que lhes davam atenção.
A maioria dos índios estavam de
passagem do período paleolítico para o neolítico[carece de
fontes]. A língua falada por eles pertencia à família
linguítica tupi-guarani e o cariri. Alíngua
geral tupi
era utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios e teve uma gramática elaborada por Padre José de Anchieta.
Piragibe, que nos deu a paz na conquista da
Paraíba; Tabira, que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses
e foi herói na Batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que se
sobressaíram na Paraíba.
Ainda hoje, encontram-se grupos
indígenas Potiguaras localizadas na Baía da Traição, mas em apenas uma aldeia, a São
Francisco, onde não
há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença de caboclos, termo que eles utilizavam para com
as pessoas que não pertencem a tribo.[carece de
fontes]
O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos,
que também é o prefeito do município de Baía da Traição[carece de fontes].
Aos poucos, a aldeia está se aculturando à civilização ocidental.[carece de
fontes]
Nessas aldeias existem cerca de sete
mil índios Potiguaras, que mantém as culturas
antigas. Eles possuem
cerca de 1 800 alunos de 7 a 14 anos em primeiro grau menor.[carece de
fontes]
No Brasil, só existem três tribos Potiguaras,
sendo que no Nordeste a única é a da Baía da Traição. Em 19
de Abril eles
comemoraram seu dia fazendo pinturas no corpo e reunindo as aldeias locais na
aldeia S. Chico e realizaram danças, como o Toré.
Invasões Holandesas
Em
1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de
Alcácer-Quibir, na África, deixando o trono português para seu tio, o cardeal
D. Henrique, o qual devido à sua avançada idade acabou morrendo em 1579, sem
deixar herdeiros. O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos reis
portugueses, com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército,
conseguiu em 1580 o trono português.
A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes trouxe grande prejuízo.
Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as colônias.
A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esquadrilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo Osório.
Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía da Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses. A derrota batava veio em agosto de 1625.
Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e se entrincheirou-se.
Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho. Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.
Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando do governador.
Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para Pernambuco.
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3 companhias paraibanas os impediram de desembarcar.
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois ela representava uma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba.
Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que conseguiu fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os batavos receberam mais reforços.
Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para combater com os chefes holandeses na região do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza de Cabedelo.
Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os paraibanos. Como os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio.
O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da tropa, juntamente com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.
Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas não o encontraram.
O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses mandaram libertar Duarte Gomes.
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que eram chefiados por André Vidal de Negreiros.
Os paraibanos continuavam com a ideia de querer expulsar os holandeses. Buscaram forças para isso: arranjaram homens no Engenho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros. Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o combate. Os paraibanos reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge e sua tropa.
Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão Francisco Leitão.
Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram com as provocações aos holandeses, tornando assim complicada a situação de Pernambuco.
A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn. Francisco Figueroa chegou para governar a capitania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernandes Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio de Albuquerque Maranhão. Em 1618, então este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assessoria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou. Seguindo os assessores seu próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.
Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.
A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa.
Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). Durante muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de raças.
Política administrativa holandesa na Paraíba
A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes trouxe grande prejuízo.
Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as colônias.
A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esquadrilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo Osório.
Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía da Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses. A derrota batava veio em agosto de 1625.
Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e se entrincheirou-se.
Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho. Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.
Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando do governador.
Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para Pernambuco.
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3 companhias paraibanas os impediram de desembarcar.
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois ela representava uma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba.
Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que conseguiu fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os batavos receberam mais reforços.
Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para combater com os chefes holandeses na região do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza de Cabedelo.
Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os paraibanos. Como os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio.
O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da tropa, juntamente com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.
Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas não o encontraram.
O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses mandaram libertar Duarte Gomes.
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que eram chefiados por André Vidal de Negreiros.
Os paraibanos continuavam com a ideia de querer expulsar os holandeses. Buscaram forças para isso: arranjaram homens no Engenho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros. Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o combate. Os paraibanos reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge e sua tropa.
Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão Francisco Leitão.
Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram com as provocações aos holandeses, tornando assim complicada a situação de Pernambuco.
A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn. Francisco Figueroa chegou para governar a capitania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernandes Vieira para assumir a Capitania da Paraíba.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio de Albuquerque Maranhão. Em 1618, então este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assessoria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou. Seguindo os assessores seu próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.
Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.
A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa.
Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). Durante muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de raças.
Política administrativa holandesa na Paraíba
Por
uma década, a capitania da Paraíba teve como administradores alguns
governadores holandeses:
Servais Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte, e sua residência oficial foi no Convento São Francisco.
Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores engenhos da capitania.
Elias Herckmans: Governador holandês importante, que governou por cinco anos.
Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir o cargo.
Daniel Aberti: Substituto do anterior.
Gisberk de With: Foi o melhor governador holandês, pois era honesto, trabalhador e humano.
Paulo de Lince: Foi derrotado pelos "Libertadores da Insurreição", e retirou-se para Cabedelo.
Servais Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte, e sua residência oficial foi no Convento São Francisco.
Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores engenhos da capitania.
Elias Herckmans: Governador holandês importante, que governou por cinco anos.
Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir o cargo.
Daniel Aberti: Substituto do anterior.
Gisberk de With: Foi o melhor governador holandês, pois era honesto, trabalhador e humano.
Paulo de Lince: Foi derrotado pelos "Libertadores da Insurreição", e retirou-se para Cabedelo.
Revoltas em que a Paraíba
participou
Guerra dos Mascates: A Guerra dos Mascates foi uma guerra civil, ocorrida em
Pernambuco, no século XVIII, mais propriamente em Olinda, sede do governo
pernambucano na época.
Ocorreu que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior autonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e haviam descoberto as Minas Gerais.
Muitos senhores de engenho deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olindenses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Olinda ocupou Recife por três meses.
João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador pernambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder (Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram vencedores desse conflito.
Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de ideias revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba as ideias revolucionárias foram estimuladas pela marçonaria.
O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina.
Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas.
Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Influênciados pela Revolução Francesa e pelo exemplo de República norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida.
Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.
Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar:
Ocorreu que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior autonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e haviam descoberto as Minas Gerais.
Muitos senhores de engenho deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olindenses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Olinda ocupou Recife por três meses.
João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador pernambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder (Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram vencedores desse conflito.
Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de ideias revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba as ideias revolucionárias foram estimuladas pela marçonaria.
O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina.
Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas.
Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Influênciados pela Revolução Francesa e pelo exemplo de República norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida.
Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.
Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar:
- a divisão dos latifúndios;
- a liberdade de imprensa;
- democracia;
- fim da importação de indústrias têxteis;
- fim do domínio português sobre o comércio de Recife;
- fim da oligarquia política, entre outros.
Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugueses). O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.
A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba. Outros líderes foram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revolucionário do Império.
Confederação do Equador: Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembléia Constituinte. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto.
Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas. Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Confederação do Equador.
Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Porém a repressão sobre esta revolta foi intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas.
Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo.
Revolta dos Quebra-Quilos: Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou uma grande revolução na Paraíba. Esta revolta causou muitas prisões, inclusive a do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).
Ronco da Abelha: A revolta do ronco da abelha se deu nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba, em 1851, com o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com a queda do tráfego negreiro, os homens livres foram trabalhar.
Princesa Isabel: Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel, Paraíba. Teve como líder José Pereira, que possuía amizades influentes no Estado.
Coluna Prestes: Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam descontentes com o governo do presidente do Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de 1893. Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távola.
Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as barreiras do sul.
Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Argentina.
Revolução de 30: Representou o acontecimento mais importante em toda a história da Paraíba. A liderança da Paraíba foi para frente a partir do memento em que João Pessoa recusou aceitar a candidatura de Júlio Prestes à presidência da república.
Tudo piorou com o levante de Princesa, que contou com o apoio de todos os coronéis do açúcar e do algodão, entre outros fatores que contribuíram para o agravamento da situação.
Logo após esse acontecimento, veio a morte do presidente da Paraíba,João Pessoa. A revolução se espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).
Conquista
para o Interior da Paraíba
Através de entradas, Missões de
Catequese e bandeiras, o interior da Paraíba foi conquistado, principalmente
após as invasões holandesas.
Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, alfabetizavam e ensinavam ofícios aos índios e construíam colégios para os colonos.
Os missionários encontraram um planalto com uma campina verde e um clima agradável. Um aldeamento de índios cariris que se organizaram na região deram-lhe o nome de Campina Grande.
Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, alfabetizavam e ensinavam ofícios aos índios e construíam colégios para os colonos.
Os missionários encontraram um planalto com uma campina verde e um clima agradável. Um aldeamento de índios cariris que se organizaram na região deram-lhe o nome de Campina Grande.
Entre os missionários, destacou-se o Padre Martim Nantes, cuja missão deu origem à vila de Pilar.
As Missões de Catequese foram as primeiras formas de conquista do interior da Paraíba. Após elas foram executadas bandeiras com a finalidade de capturar índios.
O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que comandou a primeira bandeira na Paraíba. Esta bandeira se deu através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de um povoado chamado Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter sido tumultuada, foi bem sucedida, uma vez que Teodósio aprisionou vários índios. Teodósio é tido como o grande responsável pela colonização do interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e trouxe famílias e índios para povoá-lo.
Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís Soares, que também se destacou por suas penetrações para o interior.
Um homem chamado Elias Herckman procurou minas e chegou à Serra da Borborema. Sua atitude (a de procurar minas) foi seguida por Manuel Rodrigues.
O fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro bandeirante que se destacou na colonização da Paraíba.
Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se destacaram no conflito contra conquista do interior paraibano, os mais conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro.
QUESTÕES
No contexto do
período colonial, é correto afirmar que, no processo de conquista e colonização
da Paraíba,
a) A aproximação entre índios e franceses
por causa do pau-brasil dificultou a ação colonizadora dos portugueses.
b)
Os holandeses, por não terem
interesses pela economia açucareira, destruíram os engenhos de cana.
c)
Os portugueses não tiveram
dificuldades na ocupação da terra, pois souberam articular uma aliança de
amizade com os índios da região.
d)
A exploração do pau-brasil,
feita por ingleses e alemães, retardou em dois séculos a dominação portuguesa.
e)
A dominação de Portugal na
região foi facilitada pelas boas relações entre jesuítas, portugueses e grupos
indígenas.
2 - “Ali
pernoitou sob as armas, e na manha seguinte pôs-se de marcha, indo dois dias
depois passar o Mamanguape muito embaixo. Só ao quarto pode fazer a sua entrada
na cidade, onde foi recebido como merecia. Os franceses tendo a noticia da sua
derrota, e da destruição de grande parte do carregamento de seus navios,
receosos de serem atacados por navios portugueses, fizeram-se de vela da Baía
da traição, deixando assim em paz os habitantes da Parahyba”
(In MACHADO, Maximiiano Lopes. História da
Província da Paraíba. João Pessoa: UFPB, 1977. p.96-7.)
Esse texto se refere a que episódio da História da
Paraíba?
a) Fundação da Companhia de Comércio de Pernambuco
e Paraíba.
b)
A conquista do território pelos portugueses.
c) A guerra dos Bárbaros.
d) O domínio Holandês.
e) O domínio francês.
3 - Leia o trecho a seguir:
“(...) o avanço em que ia o progresso da Capitania
em 1601, ou um pouco mais tarde, leva a crer que o trabalho nativo era o motor
desse progresso” (MEDEIROS, M. do Céu e SÁ, Ariane N. de M. O Trabalho na
Paraíba: das origens à transição para o trabalho livre. João Pessoa:
Universitária/UFPB, 1999,p.31).
Baseado no exposto, pode-se afirmar:
I. As aldeias, para os capitães-mores da Capitania
Real da Paraíba, tinham a finalidade de preparar braços para a lavoura e
soldados para a guerra
II. A mão-de-obra indígena teve pouca participação
na conquista e colonização da Paraíba, pois os nativos não se adaptaram às
condições exigidas pelo colonizador.
III. O escambo, relação de trabalho que deu certo
no extrativismo do pau-brasil, foi posto em pratica na Paraíba, para integrar o
índio ao processo produtivo.
A(s) afirmação(ões) correta(s) é (são):
a) Apenas II e III
b) Apenas
I e III
c) Apenas III
d) I, II e III
e) Apenas I e II
4 - A crise no Pacto Colonial, nas primeiras
décadas do século XIX, manifestou-se com grande vigor na atual região Nordeste
do Brasil, então denominada de Norte. Na Capitania da Paraíba, que, após 1815,
passou a Província do Reino Unido do Brasil, além do descontentamento com a
Metrópole, o processo descolonizador teve como característica adicional e muito
peculiar:
a) O descontentamento dos paraibanos com o fato da
Paraíba ter sido desanexada da capitania de Pernambuco em 1799.
b) A significativa participação popular de mulatos
e escravos na luta contra a subordinação comercial da Paraíba a Pernambuco.
c)
A permanência da situação de subordinação comercial da Paraíba em relação a
Pernambuco, mesmo após a desanexação política.
d) A reivindicação formal do movimento
descolonizador no sentido de reanexar, politicamente, a Paraíba a Pernambuco.
e) O confronto armado contra as elites
pernambucanas, motivado pela subordinação comercial da Paraíba a Pernambuco.
5 - No contexto do período colonial, é correto
afirmar que, no processo de conquista e colonização da Paraíba,
a)a dominação de Portugal na região foi facilitada
pelas boas relações entre jesuítas, portugueses e grupos indígenas.
b)
a aproximação entre índios e franceses por causa do pau-brasil dificultou a
ação colonizadora dos portugueses.
c) os holandeses, por não terem interesse pela
economia açucareira, destruíram os engenhos de cana.
d) os portugueses não tiveram dificuldades na
ocupação da terra, pois souberam articular uma aliança de amizade com os índios
da região.
e) a exploração do pau-brasil, feita por ingleses e
alemães, retardou em dois séculos a dominação portuguesa.
6 - Criada de Direito em 1574, a Paraíba somente
começou a existir de fato em 1585 com a fundação da cidade de Filipéia de Nossa
Senhora das Neves. O retardamento da conquista explica-se:
a) Pelas lutas contra os espanhóis.
b) Pelas lutas travadas na insurreição contra os
holandeses.
c) Pela resistência dos índios da confederação dos
Cariris.
d) Pela aliança celebrada por Martim Leitão e os
índios Tabajaras do cacique Piragibe.
e)
Pela resistência dos índios Potiguaras aliados aos franceses, traficantes de
pau-brasil.
7 - A conquista, pelos portugueses, do
atual território da Paraíba, em 1585, foi marcada por um duro enfrentamento
militar.Sobre essa guerra, leia o fragmento do texto do Sumário das Armadas.
“Chegando (os portugueses) à boca da
barra do Paraíba, com a armada que trouxe, e alguns caravelões destas
duas capitanias, Tamaracá e Pernambuco,entraram pelo rio acima, por terem
aviso que sete ou oito naus francesas, quelá estavam surtas, estavam
bem descuidadas, e varadas em terra, e a maior parte da gente
nela, e os índios metidos pelo sertão, a fazer pau para a cargadeles. E
dando de súbito sobre elas, queimaram cinco, esbulhando-as primeiro,que
foi um honrado feito: as outras fugiram com quase toda a gente.”
Com base no texto e nos conhecimentos históricos sobre
o tema nele abordado, é correto afirmar:
a) Portugal e suas colônias, entre elas o Brasil, eram parte,
em 1585, doimpério espanhol, que desejava construir um porto em Cabedelo e
expulsaros potiguara dessa área. Os portugueses mantinham boas relações com
essepovo indígena, mas a Espanha impôs suas ordens aos lusitanos, que
foramforçados à guerra contra os potiguara.
b) Os portugueses e os franceses haviam entrado em acordo,
uma vez queambos eram inimigos da Espanha. Por esse acerto, os franceses
poderiamretirar o pau-brasil da Paraíba, mas os potiguara, senhores do
território,não aceitaram a aliança franco-lusitana, o que impediu a exploração
doterritório pelos franceses.
c) Portugal e suas colônias, desde 1580, estavam sob domínio
da Espanha, oque gerou conflitos entre portugueses e espanhóis não só na
Europa, mastambém na América. Os espanhóis aliaram-se aos potiguara, habitantes
doterritório hoje paraibano, e guerrearam contra os portugueses, o que levouos
últimos a se apossarem das terras potiguara.
d) Os franceses aliaram-se aos índios potiguara, com os quais
trocavampresentes e armas por pau-brasil. Essa aliança ameaçava os engenhos
deaçúcar da Capitania de Pernambuco e motivou os portugueses à guerra e
àconquista do território que se tornaria a Capitania da Paraíba.
e) Os franceses já ocupavam, desde a metade do século XVI, as
terras daatual Paraíba, em que estabeleceram contatos e acordos com os
índiostabajara para a exploração do pau-brasil. Os portugueses consideravam essa
aliança uma ameaça ao seu domínio e se aliaram aos índios potiguara, que eram
inimigos dos tabajara.
02. A disputa entre índios e Portugueses na conquista
do interior
da
Paraíba se deu de forma extremamente violenta. Sobre essa disputa, assinale a
alternativa correta:
a) As
tribos indígenas do interior conseguiram se organizar na “Confederação dos Cariris” dificultando, enormemente, os objetivos dos portugueses.
b) Tendo
a cidade de Campina Grande como cidadela, os Tapuias realizavam incursões pelo
litoral caçando seus inimigos portugueses.
c) Embora
a luta fosse acirrada no interior da província, não há registro nos documentos
oficiais sobre a existência desses combates e o
Rei de Portugal nunca tomou conhecimento dessa disputa.
d) A
principal resistência à conquista do sertão era encabeçada pelos índios Potiguares e Tabajara.
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